Aí é que está o detalhe que levou muita gente a acreditar no garoto, hoje com 12 anos: essa irmã não chegou a nascer porque sua mãe sofreu um aborto espontâneo e Colton era muito pequeno para ter consciência do fato. Impressionado com as descrições do menino, o seu pai, Todd Burpo, que é um pastor protestante, decidiu contar tudo o que ouviu dele no livro “O Céu é de Verdade – O Impressionante Relato do Menino que Foi ao Céu e Voltou para Contar” (Thomas Nelson Brasil), feito em coautoria com a escritora Lynn Vincent, hoje no topo da prestigiada lista de best-sellers de não ficção do jornal “The New York Times”. Nos EUA foram vendidos mais de três milhões de exemplares. No Brasil, a primeira tiragem foi de 20 mil livros e uma segunda já está sendo preparada.
Inocência
Supõe-se que um dos trunfos do livro seja a maneira ingênua como Colton descreve Jesus e suas experiências no Paraíso, típica de uma criança à qual falta o pleno domínio do vocabulário. “Ei, papai, você sabia que Jesus tem marcadores?”, pergunta o menino, sem saber explicar de outra maneira as marcas da crucificação nas mãos e nos pés de Cristo. E continua: “Ele tem um cavalo. Sim, um cavalo da cor do arco-íris. Eu fiz carinho nele. Tem muitas cores lá.” No passeio de alguns minutos no Céu, o menino também teria conhecido um bisavô já falecido. Por informações como essa, os pais acreditaram em cada palavra. E, pelo visto, muitos leitores também.
A surpresa com o sucesso desse relato só não é maior porque o filão de livros sobre a possibilidade de vida em outra dimensão já demonstra vigor há algum tempo. Outra criança que teria passado por uma experiência de quase morte e recordado de tudo o que viveu em outro plano foi o americano Alex Malarkey, de 6 anos. Ele se tornou tema de documentário feito para a tevê nos EUA, baseado no livro “The Boy Who Came Back From Heaven” (O Menino que Voltou do Céu, ainda sem tradução no Brasil), sobre o que aconteceu com ele. Em Hollywood, o interesse por essas narrativas gerou recentemente o ótimo drama “Além da Vida”, de Clint Eastwood, filão que já provou a sua força no Brasil com a recente safra de filmes centrados no líder espiritual Chico Xavier. Apenas o longa “Nosso Lar”, inspirado na obra homônima do médium, superou os três milhões de espectadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário