Eric Leuthardt/ Divulgação
Os implantes colcoados no cérebro decifram os padrões do pensamento humano
SÃO PAULO – Em mais um passo rumo a compreensão – e, porque não, à leitura- dos pensamentos humanos, cientistas revelam técnica que não só permite controlar máquinas com a mente como também diferencia a fala da ideia da fala.
As duas coisas parecem iguais, mas são conceitos bem diferentes: no primeiro caso, a máquina identifica o padrão cerebral ligado à pronúncia de uma palavra; no segundo, identifica o pensamento ligado a um som – sem haver a pronúncia.
O estudo foi conduzido em pacientes que, devido a casos graves de epilepsia, possuíam implantes temporários chamados de interface cérebro-computador. Eles foram instalados na superfície da massa cinzenta para ajudar a identificar as áreas resistentes à medicação ligadas aos ataques e convulsões.
Os aparelhos foram originalmente programados para detectar a atividade na rede motora do cérebro – que controla os movimentos dos músculos. No entanto, a equipe do Dr. Eric C. Leuthardt, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, deu outro uso aos implantes.
Em um trabalho recém publicado no The Journal of Neural Engineering, eles descrevem como utilizaram os implantes para analisar as freqüências das ondas das atividades cerebrais. Assim, foi possível detectar quando os pacientes pensavam ou falavam os seguintes sons: “oo” (como na palavra “few”, em inglês), “e” (“see”), “a” ( “say”) e “a” com outra pronuncia (“hat”). Um dos grandes feitos foi justamente diferenciar quando estavam pensando em um som de quando estavam falando este som.
Ao identificar os padrões que representavam esses sons, os pesquisadores programaram uma interface para reconhecê-lo, de forma que os pacientes puderam aprender a controlar um cursor de computador pensando ou dizendo as palavras. Segundo os pesquisadores, isso pode levar ao desenvolvimento de interfaces mistas, que usem tanto as redes motoras do cérebro como as de fala para auxiliar, por exemplo, pessoas com problemas de fala ou que usam próteses nos membros.
A próxima etapa da pesquisa é trabalhar níveis maiores de informação. Ao invés de apenas identificar quando alguém pensa ou fala uma palavra – árvore, por exemplo – o objetivo é saber quais os padrões do cérebro estão ligados à ideia daquela árvore. Basicamente, o que você pensa quando pensa nela?
FONTE - Paula Rothman, de INFO Online
Quinta-feira, 07 de abril de 2011 - 11h42
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