Segundo Caio Fábio, as pessoas estavam acostumadas a ouvir o que ele falava, e mesmo concordando ou não, ouviam para saber o que ele pensava, mas não faziam nada na prática a respeito, e isso gerou nele um desejo de buscar alternativas.
As afirmações foram feitas em seu web programa, Papo de Graça, durante uma conversa sobre bebidas alcoolicas. Caio afirmou que tomaria “uma cervejinha” para comemorar um aniversário, e disse que sua religião não permitia proibições, seguindo as recomendações do apóstolo Paulo na carta aos Colossensses, capítulo 2.
“Só sou discípulo de Jesus. Eu não sou evangélico. Ao contrário: eu tive que deixar de ser evangélico para poder ser do Evangelho de Jesus. Porque não dá pra ser evangélico não querendo nada do evangelho, como é o caso dos irmãos aí. Eles dizem que são evangélicos, mas não querem nada com o Evangelho. Aí, qual foi a decisão que eu tomei? Já foi o tempo na minha vida que eu era o mister evangélico [...] era o papa Francisco, andando pra lá e pra cá, era a cara dos evangélicos nesse país. Tá assustado com isso? Pois é! Durante décadas, quando o país pensava no evangélico, ele pensava em mim”, afirmou Caio Fábio.
O reverendo chegou a mencionar indiretamente o episódio do adultério, que resultou em seu afastamento das funções pastorais, para contar que se esforçou para encontrar formas de deixar o protagonismo que exercia como liderança evangélica.
“Chegou uma hora que eu concluí que pra eu poder de algum modo ser útil à igreja, eu já tinha esgotado tudo que eu tinha, sabia e podia, e não tinha ajudado. Aí eu falei: agora só falta uma coisa. Sair. Só me resta sair. Em 1994 eu ainda era presidente da Associação Evangélica Brasileira, e a minha mente só orava sobre isso: Senhor me mostra como eu faço pra sair, porque pode ser que de fora disso, eu seja mais útil do que dentro disso [...] Em 1996, eu era presidente emérito da Associação Evangélica Brasileira e não tinha saído ainda. ‘Senhor, dá um jeito de eu ser cuspido daqui, de eu sair, porque aqui dentro, eu não tenho como ajudar, eu só vou reforçar o cinismo, falando as mesmas coisas’ [...] Resisti à tentação de ser reincluído em muitas denominações grandes, expressivas, significativas, pesadas, inclusive a minha própria. Os presbiterianos abriram portas em muitas frentes. Deus sabe, e eles também. Mas eu não queria, porque tinha chegado a hora de eu deixar de ser evangélico, pra eu poder pregar o Evangelho”, disse, baseando seu argumento na passagem bíblica de Romanos 9:10,11.
Por fim, Caio Fábio ressaltou que seu atual ministério não é fruto do acaso: “Ninguém fique aí pensando que eu dou soco no ar. Eu nunca dei soco no ar. Tudo que eu faço, meu querido, ou eu tenho convicção em Deus que eu – não digo você -, eu tenho que fazer, ou eu tenho uma profunda convicção humana, conforme a consciência e o bom senso do Evangelho em mim, que é o que eu devo fazer pra ajudar a minha geração”.
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