
Bastante
polêmico por sua posição quanto a determinados assuntos, nesta semana o
Apóstolo Valdemiro Santiago foi extremamente criticado na web por, em um de
seus cultos, proibir seus fiéis de comprarem e consumirem uma famosa marca de
maionese, apenas pelo nome no rótulo.
De
acordo com informações apóstolo pediu aos fiéis no local para que substituíssem
o uso do alimento, alertando para o nome da marca do produto, que em uma
tradução livre significa "Homem do Inferno", alegando que a maionese
invoca o obscuro.
"Precisamos
estar atentos, a tentação está em todo lugar, até na prateleira do
supermercado, e cada vez que você ouve esse nome a sua alma está sendo
condenada, e como o próprio nome da maionese diz, se você levar um vidro desse
pra sua casa, você é mais um homem no inferno", declarou ele.
Segundo
fiéis, o apóstolo ainda questionou: "Você passaria o satanás no seu pão?
Colocaria ele na sua salsicha ou comeria ele na sua salada com a sua
família?".
O detalhe é que a marca citada pelo apóstolo, a Hellmann’s, na verdade, foi criada em razão do sobrenome do alemão Richard Hellmann, no início do século XX. “Hell” tem um sentido absolutamente contrário ao da língua inglesa: a palavra significa “luz” no idioma germânico.
Procurada, a assessoria de imprensa de Valdemiro não quis se pronunciar, apenas
declarou que o ministro passou por um curso intensivo de inglês para poder
decifrar e traduzir marcas e revelar significados ocultos.
O alerta se estende
para os promotores que vendem shows evangélicos e enriquecem com isso.
O apóstolo Luiz Hermínio estava ministrando em um congresso e acabou tocando em um assunto bastante controverso no cenário evangélico: a cobrança de cachê para eventos religiosos e o enriquecimento dos artistas gospel.
O vídeo com o trecho dessa ministração foi postado no Youtube e levantado novamente esta discussão sobre ser permitido ou não cobrar grandes quantias de dinheiro para louvar a Deus. O ministério pode ser transformado em profissão?
Para o apóstolo da igreja M.E.V.A.M. (Missões Evangelísticas Vinde Amados Meus) quem ganha a vida com a igreja está prostituindo a Noiva de Cristo, por isto ele chama os promotores de eventos evangélicos de “cafetões”.
“Eu não sustento artista no púlpito, sustentamos pobres em lugares carentes (…) Um dia esse povo vai ter que acertar as contas com Deus, aonde está o dinheiro dos CDs, aonde está o dinheiro dos livros, aonde está o dinheiro dos shows?”, questiona.
“Você que tem abusado da igreja, promoter, Deus vai te pegar. Você que trata a Igreja como prostituta, seu cafetão… A Noiva não é prostituta”, continua.
Luiz Hermínio pede aos presentes para que não convidem para suas igrejas cantores que cobram para pregar e cantar. “Quem cobra para uma noite de intimidade é a prostituta”, afirma.
A mensagem era “Entendendo o tempo e o modo de Deus”, mas em pouco mais de dois minutos o pastor enviou este recado para aqueles que trabalham no segmento evangélico chegando a chamar os cantores de ladrões. “Quanto é que você cobra por duas horas, quanto custa vinte músicas sua, seu ladrão? Mas a Noiva não é prostituta, ela tem um Noivo e ele vai vir buscá-la”, disse o apóstolo.
O apóstolo Luiz Hermínio estava ministrando em um congresso e acabou tocando em um assunto bastante controverso no cenário evangélico: a cobrança de cachê para eventos religiosos e o enriquecimento dos artistas gospel.
O vídeo com o trecho dessa ministração foi postado no Youtube e levantado novamente esta discussão sobre ser permitido ou não cobrar grandes quantias de dinheiro para louvar a Deus. O ministério pode ser transformado em profissão?
Para o apóstolo da igreja M.E.V.A.M. (Missões Evangelísticas Vinde Amados Meus) quem ganha a vida com a igreja está prostituindo a Noiva de Cristo, por isto ele chama os promotores de eventos evangélicos de “cafetões”.
“Eu não sustento artista no púlpito, sustentamos pobres em lugares carentes (…) Um dia esse povo vai ter que acertar as contas com Deus, aonde está o dinheiro dos CDs, aonde está o dinheiro dos livros, aonde está o dinheiro dos shows?”, questiona.
“Você que tem abusado da igreja, promoter, Deus vai te pegar. Você que trata a Igreja como prostituta, seu cafetão… A Noiva não é prostituta”, continua.
Luiz Hermínio pede aos presentes para que não convidem para suas igrejas cantores que cobram para pregar e cantar. “Quem cobra para uma noite de intimidade é a prostituta”, afirma.
A mensagem era “Entendendo o tempo e o modo de Deus”, mas em pouco mais de dois minutos o pastor enviou este recado para aqueles que trabalham no segmento evangélico chegando a chamar os cantores de ladrões. “Quanto é que você cobra por duas horas, quanto custa vinte músicas sua, seu ladrão? Mas a Noiva não é prostituta, ela tem um Noivo e ele vai vir buscá-la”, disse o apóstolo.
André
Catalau estava fumando crack embaixo do Minhocão quando foi levado à conversão
religiosa
A
igreja que Gabriel Medina frequenta em Boiçucanga não poderia ser mais
apropriada para um campeão do WCT. Do púlpito, formado por uma prancha de surfe
invertida, o pastor não abandona as gírias praianas nem mesmo na hora de
cativar os seus fiéis. “A nossa filosofia é a Bíblia, tá ligado? É Jesus andando
na areia, surfando – porque ele andou em cima da água, então foi o primeiro
surfista da humanidade –, conversando, assando um peixe, fazendo os seus
milagres aqui e ali”, explica o sujeito de braços tatuados, com uma serenidade
que contrasta com o seu passado turbulento. Pastor
da Igreja Evangélica Bola de Neve de Boiçucanga desde 2001 (ele colaborou com a
fundação dessa unidade, a primeira criada após a matriz em São Paulo, quando
deu “um rolê pelo litoral”), André Catalau foi usuário de drogas dos 12 aos 38
anos. “Eu era cantor de rock, e isso é um passaporte carimbado para a loucura,
com tudo pago. Pirei mesmo. Já tinha uma tendência, porque a minha família é
americana, muito liberal. Pô, perdi a minha irmã de overdose. O meu irmão, de
cirrose. E eu estava no mesmo caminho. Queria morrer, descansar. Tive várias
internações psiquiátricas, fui preso”, conta, aos 55 anos, com o orgulho de
quem diz não ingerir nenhum alucinógeno há mais de 15.
A
banda paulistana que Catalau liderava era o Golpe de Estado, formada em 1985. O
grupo de hard rock, com influências do blues e do heavy metal, marcou época no
cenário underground. Chegou a abrir um show para os ingleses do Deep Purple e a
fazer algumas aparições na televisão, como no programa de entrevistas comandado
por Jô Soares. O declínio coincidiu com o apogeu do vício do vocalista, já
cobrado por seus companheiros por faltar em shows e ensaios.
Catalau
encontrou outro rumo para a sua vida quando estava debaixo do Minhocão, em São
Paulo, com um cachimbo de crack na boca. “Meu tio foi lá me buscar e me levou
para um centro de reabilitação evangélico. Pô, eu acabava de ter uma PT, uma
perda total. Meu pai, o cara que me bancou e me mimava, estava em uma cadeira
de rodas”, lembra. “E eu tinha um alto luxo em Higienópolis e descia para fumar
pedra. Também estava viciado em sexo. O meu alcoolismo era aquele negócio de
acordar de manhã e ter que tomar alguma coisa. Aí, depois, vinha a internação.
Era uma cultura, né, brother? Os caras achavam legal cantor de rock ser muito
louco, internado e tal”, acrescenta.
Já
bem diferente do perfil de roqueiro, Catalau se vestiu de terno quando aceitou
ser tratado na Assembleia de Deus do Bom Retiro. “Fazia tudo de boa, sem
questionar.” Apesar de ter demorado a se sentir à vontade naquele ambiente. “As
pessoas olham para os crentes e acham que é uma parada louca. É muita viagem.
Eu também pensava assim. Não cometi nenhum suicídio intelectual”, avisa. Ele
começou a ler a Bíblia e outras obras evangélicas para contrapor os pastores com
quem lidava. “Mas fui dixavando tudo e pensei: que irado, que irado! Percebi
que o errado era eu, que 80% da doença da dependência vêm do espírito”,
calcula.
Na
Bola de Neve de Boiçucanga, não há motivo para jovens como Gabriel Medina se
sentirem surfistas fora d’água. O pastor André Catalau se preocupa até em
vestir as roupas esportivas que patrocinam o campeão do WCT (comprou de última
hora uma camiseta regata e uma bermuda com a assinatura do novo ídolo nacional
na loja da família de Miguel Pupo, 19º do mundo) apenas para conversar com a
Gazeta Esportiva no litoral norte de São Paulo. Depois desse compromisso, ele
ainda pegaria onda na praia da Baleia e demonstraria já alguma intimidade com a
prancha – ao contrário dos tempos em que “era o maior calhordão, colocava uma
parada no cabelo e surfava só para se mostrar para as menininhas”.
Catalau
(o último à direita) fez sucesso no cenário underground do rock entre os anos
1980 e 1990
Foi
também o jeito extrovertido de Catalau que atraiu Simone Medina, mãe de
Gabriel, à Bola de Neve. A confiança no ex-usuário de drogas é tamanha que ele
chegou a celebrar o casamento religioso entre ela e Charles Serrano (padrasto
do campeão mundial de surfe), em uma cerimônia ao ar livre em Maresias. “A
palavra foi irada, sobre proteger o amor deles. Eles se emocionaram muito.
Estava crowd (cheio), com toda a galera do surfe presente”, relembra o antigo
líder do Golpe de Estado, cujo filho caçula, André, estuda na mesma escola da
herdeira do casal, Sophia.
Guru
de Gabriel Medina na conquista do WCT e agora incentivador da carreira de
Sophia, Charles não é evangélico, mas aprova que o pupilo se escore na religião
para fazer sucesso nos mares. O surfista aumentou a sua crença na primeira vez
em que pisou na Bola de Neve, de acordo com Catalau, em 2011. “O Gabriel havia
torcido o pé e me pediu uma oração para ficar legal, já que correria uma etapa
em Hossegor, na França. Está limpo, né? Mas, aí, ouvi uma voz na minha cabeça:
‘Fala que vou dar esse troféu para ele’. Sou meio cabreiro... Queria ficar na
minha, mas contei: ‘Essa manobra que você está tentando vai te dar o título’”,
narra o pastor.
Pastor
da Bola de Neve de Boiçucanga pregou com Medina e batizou o prodígio Samuel
Pupo no mar
Na
lembrança de Catalau, Gabriel ficou com os olhos arregalados depois daquela
premonição, uma vez que não teria revelado para ninguém (além do padrasto
Charles) o ensaio de uma nova manobra. Simone também se surpreendeu. Já no
Brasil depois de ser campeão na França, o surfista ofereceu um café em sua casa
para o pastor da Bola de Neve. E quebrou a máquina da mãe. “Caiu café para tudo
quanto é lado. Foi sensacional. A gente se divertiu como duas crianças. Ele é
um menino bom, sem maldade. Quando vai fazer exame antidoping, diz que o máximo
que pode acusar ali é um chocolate quente. Pô, que delícia ouvir isso”, sorri.
Entre
um café e um chocolate quente, Gabriel Medina vai à Bola de Neve de Boiçucanga
sempre que possível, apesar do assédio dos demais fiéis. Também gosta de
receber visitas do pastor em sua casa antes de viajar para competir. Só não foi
batizado pela igreja nas águas de Maresias, como ocorreu com a sua mãe e com
toda a família de surfistas Pupo. “Isso vai acontecer no tempo dele”, diz
Catalau. “O Gabriel já reconhece que tudo que aconteceu não foi só por força
própria. Temos um monte de garotos que surfam para caramba aqui. Por que esse é
o campeão mundial? Ele sabe que foi por causa de Deus. Tem mais fé em Deus do
que no surfe dele, tá ligado? Foi isso que o levou ao topo”, completa.
A
fé que conduziu Gabriel Medina ao título mundial foi a mesma que tirou André
Catalau das drogas e do rock. A exemplo do que ocorre com o amigo Rodolfo Abrantes,
antigo líder da banda Raimundos, a sua mudança de vida ainda causa estranheza
nos ex-companheiros do Golpe de Estado. “Pensam que pirei, que cheguei ao
último degrau da loucura. E cheguei mesmo, graças a Deus, que me botou em uma
parada diferente. Não carrego os meus legados malditos”, agradece, apesar de
demorar a convencer alguns fãs. Uma delas, preocupada em acabar com o vício do
marido em drogas, o levou até a Bola de Neve e desesperou-se quando descobriu
quem era o pastor: “O Catalau? Do Golpe? Isso é baixaria! O cara é muito louco!
Você precisando parar de fumar e vai ver o Catalau?”.
Hoje
cantor gospel, André Catalau não se importa com quem acha que ele pirou de vez
no litoral norte
O
receio é desnecessário, garante André Catalau. “Hoje, entro em boteco, vejo os
caras fumando e cheirando, vou a biqueiras buscar os meninos, me chamam na
cadeia para falar com o pessoal... E é tranquilo. O antigo Catalau não faz mais
parte da minha natureza”, prega o pastor, para quem o campeão mundial Gabriel Medina
virou o novo exemplo para tratar jovens drogados do litoral norte de São Paulo.
Do alto do seu púlpito de prancha de surfe, ele agora encara como uma missão
salvar esses dependentes e formar cidadãos um atrás do outro. Como uma bola de
neve.
Nossa
Senhora Aparecida e Jesus Cristo estão entre as novas versões da boneca
Os
artistas argentinos Pool Paolini e Marianela Perelli produziram versões
religiosas da famosa boneca Barbie e de seu companheiro Ken. Os personagens
foram caracterizados de Jesus Cristo, Nossa Senhora Aparecida e até o
sincretismo religioso aparece na boneca Iemanjá. As crenças orientais também
não escaparam da crítica à sociedade de consumo proposta pela dupla, Buda e
Kali aparecem com o corpão e beleza característicos dos bonecos.
O
trabalho que já está sendo criticado por entidades católicas argentinas, será
exibido na mostra Santos y Pecadores a partir de 11 de outubro, na POPA
Galeria,em Buenos Aires.
Fonte: Veja
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Já
sou um tanto antigo nessa coisa de TV e ano que vem completo a maioridade
etária nessa coisa de religião. Sou de um tempo em que as manhãs de sábado
tinham Jimmy Swagartt na antiga TV Bandeirantes (Band vem daí, novinhos) e Caio
Fábio aparecia vez ou outra na Globo (sonho de consumo e masturbação egoica do
Silas atualmente). Vi os primeiros programas do Edir ainda cabeludo e tenho até
saudades do tempo em que o Malafaia usava bigode.
De
lá pra cá, adultérios e escândalos à parte, muita coisa mudou. O que era pouco
se acabou… Opa, música errada. O que era doce azedou. A Band hoje tem dúzias de
pastores em sua programação, a Globo resolveu não se misturar mais com essa
gentalha, a Record foi comprada pela veterotestamentária IURD e, como grana
pouca é esmola, vieram a Record News e várias estações de rádio. Por falar em
gentalha, o SBT continua firme e forte (tá, nem tão firme assim), resistindo à
investida dos milhões feitos de tostões.
Bom,
mas não é esse o mote aqui. Quero compartilhar dez coisas que aprendi ao longo
dos anos sobre Deus com os pastores televisivos. Vamos lá:
1.
Deus é bipolar
Pra
não dizer esquizofrênico, digo que aprendi que Deus é bipolar. Afinal, cada um
dos quinze tele-evangelistas (os que consegui me lembrar enquanto escrevo) diz que
Deus é, pensa e age de um jeito diferente. Uma hora Deus é amoroso e perdoador,
na mesma hora, mas em canal diferente, Deus é irado e pronto a nos destruir com
requintes de crueldade. Um diz que ele só quer o coração, outro diz que “é tudo
ou nada”, ou melhor, com Deus “ou dá ou desce”. Como sei que nenhum deles mente
ou fala do que não conhece, a conclusão óbvia é que todos estão certos e,
portanto, Deus é, digamos, bipolar. Isso sem contar no discurso dúbio de “graça
e alegria” pro pecador e “choro e ranger de dentes” pro já converso.
2.
Jesus é masoquista
Juro
que já ouvi “Jesus exultou de alegria naquela cruz” e “Jesus ansiava pela
crucificação”. Até entendo o que Max Lucado diz quando fala que “Ele escolheu
os cravos”, mas a quantidade de descrições adjetivadas e minuciosas sobre os
sofrimentos de Jesus me dão a certeza de que os pastores acreditam que Jesus
gostava de sofrer.
3.
Deus já foi de direita, hoje é de esquerda
Na
verdade, o que tenho visto ao longo dos anos é que Deus é governista, sempre,
de forma irrevogável (oi, Mercadante). Os pastores dizem que devemos orar pelas
autoridades (o que é bíblico), mas o que mostram é que Deus gosta mesmo é de um
poderzinho temporal. Poucas vezes vi um pastor televisivo reclamando do
desmazelo e ineficiência dos governos. Antes, mostram sempre seus melhores
ângulos quando suas igrejas são visitadas pelos políticos. Será que rola um
cabide de empregos celestial? Acho que sim, pois em toda denominação
televisionada, Deus tem seus candidatos escolhidos e maldições prontas pros
rebeldes que ousarem desafiar a lei do “irmão vota em irmão”.
4.
Deus não inventou as borboletas
Coitadas,
criaturas infernais, crias de Belzebu. Sim, numa dessas matinês vi um pastor
explicando como a Nova Era estava usando a Disney para nos encher de mensagens
subliminares (que de tão óbvias penso serem sublinhadas) e nos enfeitiçar.
Prova de que os desenhos animados trazem a mensagem do capiroto? Sempre há uma
borboleta voando quando o personagem corre perigo. Tadinho do Bambi, que além
de órfão virou um ser possesso por uma pomba-gira. E o Corujito? Então, não se
esqueçam: borboletas são bichinhos do mal.
5.
Deus gosta duma muvuca
Deus
é um cara popular, digo mais, popularesco. O Céu deve parecer o Programa do
Ratinho nos velhos tempos. A julgar pelos cultos transmitidos, em especial os
de extors…, digo, exorcismo, Deus não gosta daquela coisa certinha, ordeira e
calma. O pau quebra e o barraco treme quando Deus está presente, foi o que
aprendi com a pastorada da TV. Desde os tempos de Davi Miranda que sabemos que
o barulho é porque Deus está operando (e sem anestesia).
6.
Deus é surdo
Seria
essa uma redundância com o item acima? Acho que não. Mas deixe-me corrigir:
Deus é deficiente auditivo (em tempos de politicamente correto, sabe como é,
né?). Ocorre que aprendi ao longo de quase duas décadas que é preciso falar
alto, repetir mais alto e, por último gritar com Deus para que ele ouça nossos
pedidos. Sempre que ouvir a deixa “com mais fé, irmão” é porque naquele dia a
coisa tá difícil de chegar aos ouvidos divinos. Encha os pulmões e tente a
sorte.
7.
Deus é chantagista
Triste
constatação. Mas não tem jeito. Aprendi muito bem explicadinho que Deus dá
piti, toma presentes, fica de mal, emburra e, às vezes, até promete ir embora e
levar a família com ele, nos deixando na sarjeta da solidão, na rua da
amargura, na porta do inferno abraçados com o capeta. Tudo isso se não
cumprirmos cada um dos caprichos divinos que os pastores gente fina fizeram o
favor de catalogar e nos repassar pra não ficarmos mal na fita com o Poderoso.
Coisa parecida com as avós que dizem horrores se não formos todo domingo
almoçar na casa delas.
8.
Deus tem problemas em manter sua santidade
Das
coisas que aprendi com a pastorada da TV, talvez essa seja a que mais me
confundiu de início. Segundo vi e ouvi em anos de programação evangélica, Deus
é santo, muito santo, santíssimo. Ok, é bíblico. Até Jesus confirmou isso. Mas
essa santidade toda dá um trabalhão. É uma mania de limpeza sem fim. É coisa de
limpar as vestes toda semana, a preocupação dos pastores em lavar os pés do
povo da igreja em água com colônia de rosas, em vestir um manto sagrado, em se
enxugar numa toalhinha abençoada, até em por uma touquinha na cabeça já falam.
É como se santidade fosse saúde, mas pra se manter saudável, Deus não
permitisse que chegássemos perto antes de tirar todos os germes da roupa, da
pele e dos sapatos.
9.
Deus gosta mais dos caçulas
Diz
Jesus que Deus é pai, mas os pastores me ensinaram a verdade: Deus é avô. E tem
predileção pelos caçulas, pelos novinhos (sem menção à pedofilia aqui, faça o
favor). Ocorre que Deus vai perdendo a graça com os assuntos mais antigos, dos
pastores e cristãos mais velhos. Deus gosta é de novidades, dos assuntos do
momento. Pra que hinos e canções, se a onda agora é louvorzão e baladas gospel?
“Deus é jovem” ouvi uma bispa dizer antes de ser presa com dólares na ca…pa da
Bíblia. “Deus é dez”, “Deus é da hora”, “Deus é irado” (se bem que faz sentido
se lembrarmos que Deus é bipolar) são coisas que aprendi vendo os programas
televisivos mais animadinhos. Sem contar que Deus agora tá numa onda de
grupinhos que precisa ver. No meu tempo, era panelinha, mas tudo bem.
10.
Deus gosta mesmo é da minha grana
Por
fim, algo que me decepcionou em Deus, mas que agradeço aos pastores da TV pela
sinceridade com que tratam o assunto: Deus é interesseiro. Lendo sobre Jesus no
Novo Testamento, cheguei a ter uma primeira impressão legal de Deus sobre esse
aspecto. Mas logo os pastores me contaram a verdade. Se eu quiser alguma coisa
com Deus, o jeito mais fácil é molhar a mão do ser divino. Tenho minhas dúvidas
agora com o lance de “dono do ouro e da prata”, mas vá saber. Sei que pastor
não mente, portanto a coisa a se fazer para conseguir algo de Deus é pagar. Há
pastores mais modestos que operam nos 10% regulamentares, mas há alguns que por
um pouco (ou muito) a mais conseguem agilizar a bênção. Há taxas específicas,
como os R$ 900,00 para a casa própria ou os 30% pra Deus abrir as portas. Mas
algumas regalias e favores divinos só funcionam na base do tudo ou nada. Esteja
(com o talão de cheques) preparado.
A
polêmica cantora da atualidade Lady Gaga e suas performances repletas de
ocultismos vem encantando a muitos jovens. Não há como negar que as cenas dos
vídeos são cheias de simbologia satânica. Há os que garantem que é tudo intriga
da oposição e que os crentes costumam ver mensagens subliminares em tudo.
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