QUE POSTURA TER ?
Vemos com preocupação que muitos poderão ser emocionalmente abalados com a realidade que se aproxima. Imagine alguém que foi ensinado que o Evangelho de Jesus Cristo significa prosperidade material já neste sistema, vida familiar perfeita e cômoda, obtenção de "conquistas" e "vitórias" financeiras e alto de nível de inclusão e reconhecimento social e político. Uma pessoa que foi ensinada a reivindicar já no tempo atual as promessas feitas na Antiga Aliança a Israel e as promessas que só se concretizarão em nossas vidas após a vinda do Senhor. Agora imagine essa mesma pessoa diante de uma realidade familiar como a descrita pelo Senhor Jesus em Mateus 10:17-36, onde o Mestre deixa claro que haveria divisões e traições dentro das próprias famílias diante da perseguição contra os Seus discípulos. Imagine essa pessoa perdendo suas principais fontes de renda ou tendo que escolher entre mantê-las e negar todo envolvimento com o sistema da besta... Sabemos que as profecias se cumprirão. Sabemos que num futuro muito próximo um sistema maligno mundial se levantará e que, para exercer qualquer atividade dentro dele, será necessário portar um sinal ou marca e adorar a imagem da besta. Temos entendido que estaremos inseridos nessa realidade. Então, o que fazer? Devemos nos ocupar realmente dessas questões ou elas ainda ocorrerão num futuro muito distante? Devemos abandonar o sistema já e buscar locais de refúgio? Ou será que devemos permanecer até um momento limite e só então sair? Devemos preparar alguma estrutura já?
1. POSTURA ESPIRITUAL: Cremos que essa é a postura fundamental, sobre a qual as outras devem existir. Quem não tiver uma postura espiritual dirigida pelo Espírito Santo, estará fadado ao fracasso, pois estará lutando apenas de forma humana contra forças espirituais da maldade no clímax de sua atuação sobre a Terra. Nossa esperança é maior do que qualquer sofrimento. E a maior de todas as nossas esperanças é a volta de Cristo (Tito 2:13). Durante a tribulação, haverá uma adoração geral e aberta ao anticristo, que receberá poder do próprio diabo (Apocalipse 13:2-15). Devemos buscar do Senhor forças espirituais para poder enfrentar esses momentos. Ninguém poderá atravessar o período tribulacional ou sequer ficar nele um dia, mantendo-se firme no Senhor através sua própria força de vontade ou de seus conhecimentos teóricos. Se nos dias atuais precisamos a cada momento da ajuda e direção do Espírito Santo, nos dias tribulacionais ainda mais. Quem tiver uma vida espiritual morna ou não for realmente comprometido com o Senhor, sofrerá graves conseqüências espirituais, pois o engano e a iniqüidade alcançarão níveis nunca antes vistos. Que estejamos de posse e usemos corretamente as armas espirituais descritas por Paulo em Efésios 6:12-18. Elas serão fundamentais para que possamos enfrentar os dias que virão. Oremos para que o Espírito Santo nos guie a toda verdade e nos mantenha firmes na fé. Quem perseverar até o fim, será salvo (Mateus 24:13).
2. POSTURA MENTAL: Nos últimos anos temos notado que muitos irmãos, ao não verem as promessas que são feitas por líderes serem cumpridas, entram num profundo estado de depressão e desânimo. É importante destacar que o cristão não está isento de passar por momentos de tristeza e depressão. Porém, aqui nos referimos à expectativa que é criada por aqueles que mal interpretam a mensagem do Evangelho e criam a falsa impressão aos seus ouvintes e/ou espectadores que, ao ingressar em suas igrejas, todos os problemas da pessoa serão resolvidos e todos os seus sonhos (inclusive os de consumo) serão consumados. Outros, de tão envolvidos que estão com o sistema, entram em depressão ao verem que determinados projetos ou sonhos não poderão ser concretizados por falta de recursos. Até mesmo por pequenas coisas do dia a dia que não saem de acordo com o que é planejado, considerando a grande expectativa de sucesso alimentada pelas mensagens recebidas nos modernos cultos, as pessoas tendem a ficar desalentadas. Tenho visto alguns irmãos tristes e desanimados diante do atual quadro financeiro global. Ora, se a nossa bem-aventurada esperança é a volta gloriosa do Senhor (Tito 2:13), por que ficaríamos desanimados diante de sinais claros da proximidade dessa vinda? A abordagem do evangelho que muitos têm feito nas últimas décadas, relacionando a vida cristã à riqueza material já nesse mundo, tem produzido uma geração de cristãos que não estão preparados para os momentos tribulacionais que se aproximam.
Diante desse contexto, para muitos a realidade tribulacional será um grande baque. Alguns verão ruir, bem diante de seus olhos, todo o patrimônio e as conquistas feitas por suas famílias durante séculos. Outros, diante da exigência da marca da besta para estarem incluídos no mercado de trabalho e intercâmbio comercial, ficarão em desespero ao pensar sobre como será a sobrevivência sua e de seus filhos. Cremos que, além de uma postura espiritual apropriada, deve haver também uma postura mental que deixe o cristão preparado para aquilo que virá. Se formos aos dias da igreja primitiva, quando mães viam seus filhos serem arrancados de si e jogados aos leões, e mesmo assim continuavam louvando e exaltando ao Senhor, não fraquejando na fé, veremos que aqueles irmãos e irmãs tinham uma postura mental diferente à nossa. Em primeiro lugar, eles já haviam sido alertados pelo próprio Senhor que o mundo os odiaria, assim como tinha odiado a Cristo (João 15:20). Muitos deles viram o que foi feito com Cristo publicamente na crucificação. Eles criam na mensagem do Mestre num tempo em que crer nessa mensagem não era bem visto socialmente. Afinal, estavam crendo num líder judeu, rejeitado até mesmo pela religião de seu povo e que tinha sido morto através da forma mais desprezível que um ser humano naqueles dias poderia ser. Ao mesmo tempo, eles sabiam e viram que Jesus tinha ressuscitado, que Ele é o Filho de Deus. Eles viam diariamente milagres e sinais sobrenaturais ocorrendo em seu meio e a sua esperança não estava neste mundo (I Coríntios 15:19). Jesus ensinou que, onde estivesse o nosso tesouro, ali estaria o nosso coração (Mateus 6:21). Se o coração de alguém estiver em suas posses e conquistas terrestres, diante da grande tribulação que se aproxima, essa pessoa será emocionalmente abalada e mentalmente desequilibrada. Não terá estrutura emocional e mental para suportar os momentos que virão. No entanto, se o seu coração estiver no Reino de Deus, então ela esperará com paciência o dia da volta de Cristo e, a exemplo de Estevão, mesmo sentindo as pedras atravessar-lhe pele e músculos, não tirou seus olhos do Senhor, pois seu coração estava no tesouro celestial!
Por isso, cremos que devemos orar par que a nossa postura mental seja transformada. Devemos interceder para que todo conformismo com os modelos e padrões deste mundo, e aquilo que ele pode oferecer, seja aniquilado através da renovação de nossa mente (Romanos 12:2). Devemos, em tempo e fora de tempo, conscientizar nossos irmãos que, aquilo que ocorreu com os nossos irmãos primitivos, certamente poderá ocorrer conosco também. Mentalmente, devemos estar preparados para a eventualidade de sermos perseguidos, torturados e mortos. Devemos estar preparados também para a eventualidade que isso ocorra com as pessoas que amamos. Devemos estar preparados até para sermos protegidos pelo Senhor em meio à destruição tribulacional que virá. Nossa mente e coração devem estar preparados para essas possibilidades.
3. POSTURA ECLESIÁSTICA: Este é um ponto muito importante e deve ser considerado com discernimento. Se formos às páginas do Novo Testamento ou aos registros históricos dos três primeiros séculos da era cristã, veremos que não havia denominações. Um determinado grupo de irmãos se reunia em uma casa ou local apropriado e a igreja era identificada com o nome da cidade, sendo submissa à autoridade dos apóstolos e daqueles ordenados pelos apóstolos. Não havia nomenclaturas para identificar cada grupo. Contudo, apesar de não ter feito parte da realidade da Igreja nos primeiros séculos, cremos que o denominacionalismo, mesmo não sendo o ideal para a estrutura do que a Igreja deveria ser em termos de unidade, cumpriu o seu papel histórico. Milhões de pessoas conheceram o evangelho nas diferentes denominações e muitos homens de Deus foram levantados para iniciar trabalhos, colocando-lhes diversos nomes. Porém, diante da chegada do anticristo ao poder e em meio à tribulação, as igrejas cristãs verdadeiras e fiéis serão mortalmente perseguidas. Conseqüentemente, não será possível encontrar templos em que se reúnam os genuinamente cristãos, cultos, nem atividades eclesiásticas tais como as que conhecemos no mundo ocidental. Apenas os grupos religiosos que se aliarem ou forem seduzidos pelo falso profeta manterão suas atividades "religiosas", voltadas para adoração da imagem da besta. Inclusive alguns grupos que hoje se denominam "cristãos", que não conseguirão abrir mão de suas relações com o sistema... Porém, as verdadeiras igrejas de Cristo e os Seus verdadeiros seguidores não poderão mais exercer as atividades eclesiásticas tais como são exercidas atualmente e, por causa da mortal perseguição, serão dispersos por todos os lados. As placas denominacionais não terão mais utilidade. Os títulos e posições hierárquicas também não. Os ministérios é que continuarão a ser exercidos por aqueles que são levantados por Deus. A tribulação trará algo que é raro hoje em dia: que um cristão seja conhecido apenas por ser discípulo de Jesus, independente da igreja ou denominação a que ele pertença. Nesse contexto, ficam aqui as seguintes perguntas: Estão sendo os membros das igrejas preparados atualmente para essa realidade futura, porém próxima? Estão sendo preparados para, diante da perseguição e tribulação que se aproximam, terem um grau de independência espiritual e maturidade no Espírito Santo que possibilite que cada membro viva sua fé e mantenha o testemunho do Senhor mesmo longe de seus líderes e guias, ou os irmãos estão sendo condicionados a estarem sempre dependentes das atividades denominacionais? Estão as igrejas preparando seus membros para se reunirem de forma oculta e em pequenos grupos ou estão sendo acostumados a freqüentarem mega templos e catedrais suntuosas? São perguntas para que possamos refletir...
4. POSTURA FAMILIAR: Cremos que a família é uma benção do Senhor. Quando uma família é inteiramente consagrada e temente a Deus, então é uma grande maravilha. Porém, devemos estar atentos ao que diz a Palavra sobre as relações familiares em tempos de intensa tribulação. Vejamos o que o Senhor profetizou aos discípulos:
“E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mateus 10:21-22)
Essa revelação foi dada pelo Senhor aos apóstolos, logo após a sua escolha. Enquanto os comissionava, Jesus mostrou-lhes quais seriam algumas das conseqüências de seguir a Cristo. Entre elas, Ele apontou para possíveis conflitos familiares. Cremos que essa palavra se aplica a nós também. Num cenário de escárnio, repúdio e perseguição, como experimentaram os apóstolos entre sua própria gente, até mesmo divisões e traições nas famílias ocorriam. Temos que estar preparados para essa realidade também. Devemos orar pela nossa família e, com muita mansidão e discernimento, mostrar a todos as verdades da Palavra de Deus. Como dissemos no início, é maravilhoso pertencer a uma família onde todos seguem a Cristo e tem sua fé Nele. Porém, aqueles que possuem familiares ímpios, em meio à grande malignidade que imperará no período tribulacional, devem preparar-se para serem perseguidos e traídos até pelos seus familiares. Está escrito. É um alerta que devemos considerar, ainda que nos doa. Que possamos estar preparados.
Maranata,
Maranata,
Jesiel Rodrigues
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